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domingo, março 04, 2012
Livre arbítrio, aborto e ética.
Resumo
O dilema entre o direito da mulher de controlar seu corpo e o direito do feto à vida foi abordado por Thomson, em 1971, em um artigo que abalou as convicções até então existentes. Para ela, o direito do feto à vida não lhe dá o direito de usar o corpo da mulher impondo-lhe sacrifícios consideráveis, assim como não implica na obrigação da mulher de mantê-lo vivo, servindo-se, para tal, dos recursos de seu corpo. Para justificar sua posição, Thomson utiliza diversas analogias conduzindo-nos por sua argumentação. Em 1991, Schwarz escreve um ensaio que tenta refutar as argumentações de Thomson, propondo que as argumentações por ela utilizadas distorcem a verdadeira natureza do ato de abortar e a da relação existente entre o feto e sua mãe. Ao confrontar estes dois ensaios, a argumentação de Schwarz parece ficar comprometida pelo uso de alguns termos que tem implicação emocional como, por exemplo, a utilização de criança quando quer referir-se ao embrião ou ao feto; a relação mãe-filho, como se a existência desta fosse obrigatória mesmo quando a gravidez for resultado de estupro; a obrigação de cuidar dos filhos, independente de quanto esforço e sacrifício lhe custe; e o dever que a mulher tem de sustentar a vida do feto pelo simples fato de ser mãe dele. Meu objetivo neste trabalho é tentar refutar algumas das argumentações de Schwarz.
Palavras chave: Aborto; livre arbítrio; propriedade de corpo.
Apresentado no congresso de filosofia da UFPEL
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